sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Uma declaração

Você me deixa completamente entregue ao me olhar, acho lindo seu sorriso e mais ainda quando rir para mim. Saiba que é um charme você cozinhando, e apesar de não apreciar tanto seus temperos apimentados adquiri o hábito de jantar. Adoro sua ansiedade e empolgação em dizer algo que para mim é uma total novidade e confesso que perco a paciência com seus inúmeros detalhes em uma conversa, mas sinto um prazer enorme ao ouvi-lo e nem percebo o tempo passar. Gosto até mesmo de como você me dá um fora ou sempre diz a coisa certa pra me deixar sem argumentos quando implico e brigo com você. E acho linda a sua cara me olhando quando isso acontece. Tão companheiro, carinhoso e atencioso que faz com que eu me ache a mulher mais linda do mundo, me faz querer ter filhos, casar e envelhecer tranquila. Você me apresentou o amor e obrigada por tudo que me faz sentir.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

quanto vale a estabilidade?

Quanto vale a minha estabilidade de funcionária pública? Em um país onde as oportunidades são poucas e o medo do desemprego bate a porta a todo instante, conseguir um cargo público virou a arca do tesouro. Ser funcionário público e ter estabilidade virou sonho de brasileiros e sucesso garantido.
Então eu me pergunto se vale a pena.
Vale a pena trabalhar sem plano de cargos e carreiras e correr o risco de passar os próximos 30 anos na mesma função?
Vale a pena não ter reconhecimento pelo trabalho que se faz ?
Vale a pena conviver com os vícios da politicagem brasileira?
Vale a pena ver pessoas defendendo gestões de partidos políticos quando deveriam defender os direitos dos cidadãos?
Vale a pena?
Quero saber para onde foram parar minhas alegrias e ideologias por ter sido aprovada em um concurso público e a vontade de querer mudar.
Infelizmente me entrego pois não acredito mais que há como mudar esse sistema doente e que adoece todos a sua volta.
Essa semana argumentamos sobre práticas que iam contra ao código de ética profissional do Assistente Social e a pessoa em cargo de liderança me disse em resposta ao movimento da categoria: "Bem ou mal você tem seu dinheiro garantido no fim do mês...."
A estabilidade vale o preço de fechar os olhos e fingir que nada acontece.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Não é a toa que amo Cazuza, primeiro porque fomos duas crianças mimadas e egoístas e segundo porque em uma mesma música ele consegue dizer: que prazer mais egoísta o de cuidar de um outro ser e que a dor no fundo esconde uma pontinha de prazer.

Prazer camuflado

Eu não quero que o tempo passe e leve consigo o que está em mim para que eu me transforme. Queria que todo o resto permanecesse. Queria conservar tudo o que sinto e esse momento sempre vivo porque só em imaginar que deixarei de te sentir em mim, me dói mais do que não ter tua presença ao meu lado .
O que eu sinto pertence só a mim, meu prazer solitário. E disso não quero abrir mão. Conservar esse sentimento me tranquiliza porque assim posso ter o controle. Que coisa horrível! Eu sou horrível. Não vê? E se eu deixar de ser assim, também deixarei que você vá embora de mim.
Quero ser livre mas não quero que os outros também sejam. Egoísta e controladora. Será que isso tem cura?



domingo, 5 de julho de 2009

Ausente

O silêncio é agora fuga. Demonstração de fraqueza. Egoísmo na escolha pelo caminho mais fácil. Causa do sofrimento alheio.
O que isso importa?
...
O que isso importa?
...
O que isso importa?
Nada.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Por que você chegou na hora certa? E, pior, fez questão de ficar nessa estação para embarcarmos juntos? Ainda comprou o lugar ao meu lado.
Tem certeza disso?
Não sei viajar acompanhada, Não um viagem inteira. Sempre viajo sozinha, vez ou outra senta alguém do lado, conversa um pouco e depois vai embora.
Gosto mesmo de conversar com minha imaginação.
Ai, eu viajava tão tranquila. Agora não sei o que fazer com sua companhia.
Vá embora!!
Não! Fique.
Mas fico na janela olhando a paisagem.
Como a menina que ganhou a boneca e nunca a tirou da embalagem.
A vontade de brincar era grande mas o medo de quebrar ou até mesmo de perdê-la foi maior.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Aos 27 anos

Meu aniversário está perto. No próximo dia 22, essa canceriana aqui completa 27 anos. Em maio foi aniversário de uma grande amiga que também chegou a essa idade. Resolvi pegar um trecho de um longo e-mail que a escrevi porque acho que escrevi para mim também.


[ ... ] Entao é isso, você chegou aos 27 anos. Nos conhecemos aos 16 e assim são 11 anos. O que dizer de alguem que passou pelos tormentos da adolescencia, a incostância do inicio da fase adulta e agora chega à angústia mas também ao deleite da fase pré-balzaquiana?
Ao primeiro olhar, percebemos que a ingenuidade acabou, mas aí se olharmos mais de perto vemos que ainda há o sonho que chegará um amor para acalmar o coração, e esse será tão belo aos seus olhos que arrancará sorrisos não só de alegria mas de leveza. A insegurança presente vem também da insatisfação que como uma mola impulsiona para mudar, para caminhar. E aí mudou-se de lugar, assumiu mais responsabilidade, conquistou a tal desejada independência. E esta nao é o mesmo que autosuficiência e sentir ausência de um afeto e de uma mão para apertar é necessidade humana. Está na nossa condição de simples homo sapiens, que sua racionalidade termina ou melhor se acanha e se encolhe no limite do território da emoção. Esta com uma grande empáfia nos domina e diz: "aqui quem manda sou eu!" E nós incapazes de reagirmos apenas obedecemos. Não tão incapazes assim, porque as vezes brigamos, brigamos e temos algumas vitórias, mas não são batalhas simples e as vezes são tão desgastantes que achamos melhor nem começar a luta.
Ah, mas somos tão insatisfeitas. Mal conquistamos o que tanto queríamos e já desejamos algo mais. Ou então, queremos tudo, e como adolescentes ainda não aprendemos que escolher é renunciar a algo. Isso não é só coisa de adolescente, mas de criança também.
Então é isso amiga, o tempo passa? Passa. É fato. Mas não é só transitoriedade, é permanência também.

Termino por aqui,
Um Feliz Aniversário da amiga que a ama,
Raquel

terça-feira, 9 de junho de 2009

Um momento para o branco

É tempo para o branco!
Branco é tudo misturado, todas as cores juntas. Então, estou repleta.
Uma vez brinquei: Eu sou light! , era só pra provocar. Agora sinto-me leve de verdade, num português bem claro! Eita que tirada boba!
Estou uma coisa meio assim: jogada, despreocupada, cabelo assanhado, tarde de vagabundagem, coração calmo e alma preguiçosa.
Uma amiga está sentindo falta de textos mais densos aqui.
Acho que por um momento me encontrei. Agora só me atraso, me perco no caminho e pego a curva errada quando quero.
Será o fim do drama?
Pode ser....
O branco de luto pelo drama e em festa pela simplicidade, pela leveza, simplesmente pela verdade como as coisas são.
Mas e o brega?
Esse só morre quando aqui deixar de existir.