sábado, 30 de junho de 2007

Decidi voltar a usar espelho.
Ganhei um novo de presente de aniversário.
Ele vai ser importantíssimo para que eu encontre algo que muito procuro e só agora descobri onde posso achar: nos meus olhos.
Preciso olhar através deles, como se fosse olhar o Recife através da janela de um prédio qualquer na Rua da Aurora.

quinta-feira, 28 de junho de 2007

Toc toc toc...

Abra a porta.
Estou aqui e vou entrar.
Não vai abrir?
Não é problema.
Pulo a janela ou desço pela chaminé.
Essa casa é minha e venho pra bagunçar.
Entro a hora que quero, não me interessa sua vontade.
Minha presença a incomoda,
não demoro a ir.
Já vou.
...
Mas volto logo.

segunda-feira, 25 de junho de 2007

Arcoverde, Sertão, Pernambuco, Brasil.

Volto para casa depois de três dias em Arcoverde para a festa de São João com a certeza do engano para quem acha que a tradição de festa junina acabou e que o forró está desaparecendo.
É fácil achar que o velho e bom forró desaparece em meio a essa onda de não sei lá o quê elétrico, entre tantos aviões e gaviões que ninguém identifica diferença alguma e apenas pode-se chamar de “forró” porque é assim que essas bandas denominam o que tocam. Mas Arcoverde está aí para mostrar que nem tudo está perdido. Lá ainda podemos sentir aquela fumaça das fogueiras queimando nas ruas, ouvir o som da rabeca, arrastar o pé no autêntico pé de serra e entrar na roda do coco.
Nesse São João percebi que tradição e cultura existem, que nenhum nordestino pode fugir a suas raízes nem deixar de se emocionar.
Emoção explodida no show de Cordel do Fogo Encantado ao sentir a chuva caindo, e imaginar que a apenas alguns quilômetros dali, entre as muitas comunidades perdidas do sertão, o Ingá, São José de Caiçarinha e Conceição de Cima deviam estar em festa pela água da chuva. Chuva que traz a certeza de que se pode plantar o feijão de corda porque vai ter colheita. Chuva que enche as cisternas e os poços para os muitos não têm água encanada. Chuva que mata a sede dos que caminham 6 km para encher um tonel de água. Chuva para lavar a alma e soltar as lágrimas.
É a esperança do pequeno e sobrevivente agricultor sertanejo nordestino. É a festa da colheita. É a festa de São João.

Mari, que farra boa hein?
Zé, próximo ano estaremos lá.

terça-feira, 19 de junho de 2007


25 anos. Posso dizer que a chegada a essa idade vem causando certa inquietação em mim, mas não por causa desse papo que estou ficando velha, é justamente o contrário. Quando fiz 20 anos estava tão eufórica com a liberdade conquistada que brincava de ser adulta. Com uma petulância e uma arrogância irritantes usava e abusava do discurso da independente, da certeza sobre minhas escolhas e da tal liberdade de ir e vir. Que boba!!! Não passava de uma menina perdida sem saber para onde caminhava, ou melhor corria. Atropelava os acontecimentos, não parava para analisar coisa alguma. Me enchia de cobranças, criava expectativas e idealizava um futuro. Que futuro? O futuro depois dos 25 anos, ou seja, a proximidade dos 30. Esse futuro esperado chegou, ou melhor está para chegar em três dias e me mostrar que nada do que tanto ansiava aconteceu. Aconteceu algo bem melhor. Pela primeira vez começo a olhar para o presente e para mim mesma. Quero aproveitar a alegria do hoje e parar de perguntar “como será?...” . Chega de aproveitar o presente em memória depois de ele ter se tornado passado porque o deixei ir enquanto pensava no futuro. Os 25 anos iniciam uma nova fase na qual tenho a certeza de que há todo o tempo pela frente e que começo a aproveitá-lo sem pressa. É como se a partir de agora começasse um caminho para me conhecer e descobrir o que quero e o que não quero, respeitando meus desejos e vontades. Acabo de entrar numa egotrip sem saber o ponto de chegada e muito menos a data de retorno.

quinta-feira, 7 de junho de 2007



Passa, passa, passa logo.
Vai tempo! Passa e leva isso contigo.
Leva para bem longe de mim.
Deixa em um lugar bem escondido para que eu não possa nunca mais sentir.
Leva isso e traz outro.
Mas traga com cheiro de livro novo e gosto de primeiro beijo.

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Procuro palavras para dizer o que sinto.
Vou ao dicionário.
Cazuza, Los Hermanos, Chico, Betânia e Zeca Baleiro tentaram me ajudar.
Pedi socorro a Pessoa, mas nada.
Não encontro nada tão perfeito.
Como dizer algo que não sei?
Não sei do que tenho saudade, nem o nome dessa ausência.
Tenho dúvidas quanto ao que desejo,
A tristeza, desconheço do que seja.
A alegria, não sei de onde surge e o riso é sem graça.
Chega! Desisto.
Fico com o silêncio.

sexta-feira, 1 de junho de 2007

About Me


Mulher;
Canceriana;
Riso fácil no rosto;
Tagarela;
Gosto de pessoas, tenho medo da solidão;
Companheira e fiel;
Avessa a frescuras;
Adoro verão mas odeio o calor;
Detesto a superficialidade, gente "desabitada" e comum, prefiro os complexos;
Viajo com Los Hermanos;
Mutável,me renovo a cada instante;
Egoísta e egocêntrica;
Chata,crítica, direta, impaciente, mal criada e desaforada;
Forte;
Perdidamente romântica;
Não sonho, deliro!