quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Cada um sem o seu rolex...

A vioência urbana é notícia todos os dias no nosso país, os números dos assaltos e assassinatos estão ao acesso de todos em vários sites, jornais, programas de TV. Mas quando um famoso é vítima da violência é como se tivesse acontecido a coisa mais absurda e chocante. Como um bandido se atreve a assaltar um famoso? O fato mais recente foi o roubo do rolex de Luciano Huck e a sua carta de protesto a Folha de São Paulo. Prato cheio para a nossa mídia. Uns enaltecem o desabafo do Luciano Huck e apoiam a sua indignação ao pagar todos seus impostos altíssimos e ter que viver em um país sem segurança pública, outros criticaram e ridicualrizaram o apresentador e toda a classe social a que ele representa.
O valor do rolex roubado parece que é uns 45.000 reais. Uauuuuuuuuu Deixa ver o que poderia comprar com esse valor.... Uns 2 carros populares, dava também para comprar uma casa, para alimentar uma família por mais de 1 ano. Dava para muita coisa, mas para o Luciano era apenas um relógio. Ok, não vou entrar aqui no papo preconceituoso de coisa de elite branca e tal. Não é esse o propósito quando decidi escrever esse post. Mas é que fiquei pensando que cada um perde o seu rolex. Eu já fui assaltada 5 vezes. Isso mesmo, foram 5 assaltos e mais uma tentativa, no total 6 vezes em contato com a violência. O saldo perdido: três celulares + uns trocados + 3 bolsas + alguns objetos = R$ 1000,00. Eu acho que esse foi o valor que tive roubado. Uma merreca comparado ao relógio do Luciano, mas como disse cada um perde o "rolex" que tem. Agora vamos aos cálculos do que os jovens que nos assaltaram (eita, tenho algo em comum com Luciano Huck. Poxa!!!) a mim e ao Luciano já perderam, sim porque eles também já foram e ainda são roubados: educação + saúde + alimentação + moradia + brinquedos na infância + emprego + presença dos pais + auto-estima = a possibilidade de uma vida fora da violência. É cada um tem o seu "rolex" roubado. Claro que a desigualdade e a miséria em que esses jovens estão inseridos não justificam a opção deles pela criminalidade, mas compreende-se.

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