sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Em Timba......úba!!!


Estou em Timbaúba para o Reveillon. Vim brindar ao novo em um lugar carregado de lembranças do que passou. Posso afirmar que todo o charme do Reveillon timbaubense acabou, não apagam mais as luzes da cidade a meia noite. Acho isso muito chato e sem graça, queima de fogos tem em todo lugar, mas o apagar de luzes... Isso só acontece agora em cidades muito pequenas, foi o que Tia Hilda me respondeu. E desde quando Timbaúba deixou de ser pequena?
Na minha adolescência costumava passar as férias de Janeiro aqui na casa de meu Tio Lenildo. Era sempre uma farra, nos dividíamos entre ficar na cidade e ir para Pontas de Pedras, lá em Goiana.
A casa dele era sempre cheia. Ele tem quatro filhos, meus primos da família do Z: Zena, Zilanda, Zenaldo e Ziraldo. Isso só começou porque a filha mais velha foi em homenagem a nossa Vó Zena, bom aí ele se empolgou e quis fazer tudo bonitinho e lá foram todos com a letra Z. Além disso, a porta era sempre aberta para todos entrarem sem bater e fazíamos a maior bagunça. Isso para mim era pura novidade, já que lá em casa não tinha essa de vizinhança entrar sem convite, Dona Lau sempre foi muito chata nisso.
Contava os dias para ir a Timabuba, achava a viagem bem longa e dormia o caminho todo, mas quando sentia o cheiro forte da cana-de-açúcar da usina, me animava toda e me enchia de ansiedade, dava um frio na barriga, a mão suava e o coração logo acelerava.
Em cidade do interior quando chega alguém de fora é celebridade, todo mundo quer conhecer e saber da vida. Então não demorou muito para que eu ficasse conhecida, era a prima de Zilanda de Recife.
Havia toda uma liberdade, não tínhamos hora para nada e ficávamos até madrugada jogando conversa fora na calçada. À tarde íamos tomar caldo de cana e comer coxinha. Gostava mesmo era quando iamos para o Engenho fazer farra. Foi nessas farras que tomei meu primeiro gole de cachaça, e ainda era acompanhada de mel de engenho, só mais tarde em Goiana, acrescentei o limão e era a famosa copada.
Aqui também vivi parte do meu primeiro amor, minhas primeiras fantasias e minha primeira grande dor de cotovelo também, tudo sempre compartilhado nos mínimos detalhes com a prima Zi.
Agora a cidade está diferente, muito barulho e movimento. Andei no centro a procura de uma loja de redes e das lanchonetes que costumava frequentar, não as encontrei mas vi a Insinuante, Hermol e outra aí de móveis e eletro que não lembro o nome. Antes só tinha um sinal de trânsito, agora são três cruzamentos e todos com seus respectivos semáforos. Também não vi os senhores jogando Dama na praça mas encontrei uma Lan house, Ubanet.
Da minha turma, poucos permanecem aqui, a maioria casou e saiu da cidade. Igual mesmo só permanece a casa do meu tio que continua ainda com a mesma alegria e, quando estamos todos juntos, rimos bastante e repetimos as mesmas brincadeiras e palhaçadas.

Um comentário:

Anônimo disse...

GOSTEI DE TUDO QUE ESCREVEU,AMEI Q LEGAL,A CIDADE CONTINUA PEQUENA MAS TEM PORTAS BEM GRANDES,AS DO CORAÇÕES NEN TEM FECHADURA,BEIJO DE TIA HILDA.