quarta-feira, 11 de março de 2009

O desencontro de José

Poderia chamar de mais um desencontro, mas não me pertence. Em outras situações refleti sobre meus atos, até lamentei das trapaças que levei e que deixavam-me desencontrada no tempo. Mas, hoje sinto que fui de uma pontualidade inevitavel e, dessa vez , o desencontro não é meu. Sou mera coadjuvante.
Tentei de todas as maneiras : fiz sinal de fumaça, bati os tambores, joguei sinalizadores no céu, mas nada funcionou. Ainda assim você foi na direção contrária.
Lamento a impossibilidade de decidir. Se eu pudesse teria acertado nossos relógios para que marcassem a mesma hora. Ah, meu querido, eu cheguei na hora certa. Pena que o seu relógio atrasou. E agora caminharemos cada um para um lado. Não percebeu que de mãos dadas podemos nos sentir mais seguros? E que com alguém ao nosso lado a viagem torna-se mais divertida? Perdemos nosso trem. Acho que vou na frente, pode ser que eu chegue primeiro mas não tenho certeza de quantas paradas ele irá fazer. Talvez o seu só partirá depois do meu, mas para compensar pode ser um expresso. De qualquer jeito acho dificil nos encontrarmos na estação, mas tenho certeza que chegaremos, separados é verdade, mas chegaremos. Lá seremos recebidos pela alegria de quem estava a nossa espera.
Seremos imensamente felizes, não duvido disso.

Um comentário:

Anônimo disse...

lindo lindo lindo! pelas tuas palavras - uma pessoa, uma mulher que sabe observar, escutar para fora e dentro e dizer a essência do que viveu..