segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Registros

Desde criança tenho o hábito de escrever diários. Sempre em meus aniversários ganhava de presente um novinho em folha e aposentava o da idade que se passava. Nesses meus caderninhos de páginas coloridas e enfeitadas eu ia depositando a alegria em ter ganho um presente que tanto desejava, a raiva de minha mãe que me deixou de castigo e as inumeras brigas com as amigas do colégio. Depois percebi que eram meus desabafos, era o espaço que eu tinha para externar o que me pertubava, o que me aparecia de novo e o que me alegrava. Escrever alivia a alma. Esses meus diários pesam toneladas de emoçoes, de lágrimas e risos. Hoje eles são um mapa que me levam a entender quem sou.
Relendo-os percebo que os medos daquela menina ainda estão aqui, só que com novas representações. É preciso acender as luzes do quarto e destruir os monstros de seus pesadelos para que a menina adormeça e caia em seu sono profundo.

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