sábado, 4 de agosto de 2007

No papel do ridículo

Há umas duas semanas, fui ao cinema assistir cão sem dono. Estava super ansiosa para assistir ao filme pois já tinha ouvido falar muito sobre ele mas, para minha decepção, o filme não atingiu nem metade das minhas expectativas. Não é um filme ruim, apenas não me emocionou. É sobre o sofrimento de um homem após separar-se da mulher que ama, ele chega ao fundo do poço e perde completamente o eixo sobre sua vida. O filme, tão elogiado pela critica e pelo público no cine PE, que realmente não entendi porque não gostei. Deixei pra lá.
Ontem fui ao teatro, a peça também era sobre o sofrimento causado pelo amor. Havia umas cenas dramáticas das dores horrorosas que os personagens sentiam. Enquanto todos da platéia assistiam atentamente as cenas e se emocionavam com o drama ali exposto, eu caía numa crise de riso. Ria sem parar, tentava conter o riso, mas era inútil. Achei aquilo tudo tão patético, aquelas pessoas sofrendo daquela forma, que parecia mais uma comédia do que um drama. Aí finalmente entendi porque não gostei de cão sem dono. Foi pelo mesmo motivo que ri na peça.
Tanto no filme quanto no espetáculo, o sofrimento após o término de uma relação é tão forte que chega a ser ridículo. Os personagens protagonizam as cenas mais patéticas que já vi. Viram-se no chão, se contorcem, gritam, falam absurdos do tipo que não vão conseguir levar mais a vida. De tão dramático torna-se engraçado. Percebo então que o amor nos torna um bando de ridículos!
Há aqueles que devem me achar uma pedra insensível por eu pensar dessa forma, mas não consigo perceber emoção nessas cenas humilhantes e degradantes. Quem quiser que ache isso bonito e chame de amor. Isso pra mim é patetice e caso de loucura. Essas estórias em que a donzela ou o príncipe sofreram tanto com a ausência do outro que morreram de amor são os maiores casos de falta de amor próprio. Ninguém pode ser tão importante na vida do outro a ponto da sua ausência lhe tirar a razão ou a alegria de viver. Quem pensa assim, por favor trate de procurar uma terapia porque você deve ter sérios problemas de auto-estima.
A dor da separação é uma das piores coisas que sofremos, concordo plenamente. Aquela dor no peito, o choro preso, uma frustração, saudade. Aff! É horrível. Porém não vamos tornar esse momento pior do que já é ao transformá-lo em uma novela mexicana, porque pode parecer não ter fim, mas tem e tudo passa. Aí depois que a emoção do tal amor passar, quem é que vai achar agradável perceber que foi uma Maria do Bairro ou um Luis Fernando de La Vega?

Um comentário:

Gabi ;) Braga disse...

Pois quem quiser me chamar de pedra, de poço de insensibilidade, sinta-se à vontade. Mas eu penso exatamente assim: se tem esse sofrimento todo não é amor, é falta dele. É doença mesmo.

Concordo muito contigo!

E adorei "quem é que vai achar agradável perceber que foi uma Maria do Bairro ou um Luis Fernando de La Vega?"

Beijo!