domingo, 29 de julho de 2007

Meu verbo preferido sempre foi o ter. Trocava apenas os complementos. Foram tantos sujeitos, adjetivos, substantivos, advérbios na procura do melhor resultado, mas não adiantavam. Tinha sempre a impressão de que faltava algo nos textos, alguma palavra fora do lugar ou em exagero. Havia um erro, não sabia qual. Decidi ir a sua busca. Reli todos os textos escritos, desde aqueles de menina nas aulas de redação do colégio até os mais recentes. Li todos como um leitor exigente. Foi um trabalho árduo, cansativo e até doloroso, mas valeu a pena.
O erro estava no núcleo do predicado verbal, na essência, no próprio verbo. Os textos antigos não podem ser refeitos, admito hoje que não eram tão ruins quanto pensava, mas já foram escritos e publicados. Concentro-me para os próximos, esses terão o verbo certo: sentir.

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